quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aspirar

As flores me calaram esta noite.
E os paralelepípedos ficaram satisfeitos com minha passagem
inesperada...
O céu brilha calmamente,
como as ondas de vento que batem em meu rosto
ébrio de hormônios ácidos e
sem vestígios das guerras interiores que travei.
A paz brota de mim assim como
o perfume brota branco das flores que vão ficando para trás...
E eu salvo as palavras que voam sem pressa
pelas avenidas dos sonhos.

Poema Nublado

Todas as coisas estão paradas.
Ao longe a neblina
ofusca a minha visão.
Eu não vejo graça,
não vejo o amanhã,
por mais nublado que seja,
exista ele ou não.

Eu criei uma parede
em torno do meu gasto corpo veranil
que me proteje
e sou livre aqui.
Não tenho para onde ir,
mas não preciso ir a lugar nenhum.
Só quero sentar em minha
gasta cadeira de sábado,
virar um só com o infinito.