quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aspirar

As flores me calaram esta noite.
E os paralelepípedos ficaram satisfeitos com minha passagem
inesperada...
O céu brilha calmamente,
como as ondas de vento que batem em meu rosto
ébrio de hormônios ácidos e
sem vestígios das guerras interiores que travei.
A paz brota de mim assim como
o perfume brota branco das flores que vão ficando para trás...
E eu salvo as palavras que voam sem pressa
pelas avenidas dos sonhos.

Poema Nublado

Todas as coisas estão paradas.
Ao longe a neblina
ofusca a minha visão.
Eu não vejo graça,
não vejo o amanhã,
por mais nublado que seja,
exista ele ou não.

Eu criei uma parede
em torno do meu gasto corpo veranil
que me proteje
e sou livre aqui.
Não tenho para onde ir,
mas não preciso ir a lugar nenhum.
Só quero sentar em minha
gasta cadeira de sábado,
virar um só com o infinito.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sonho azul

Azuis são os
Sonhos que passam por meus olhos...
não me dizem onde vão.
Sonhos que passam voando por mim.
Azul é
O meu sentimento.
As minhas perguntas
O que há com as estrelas?
O que há com sábados?
Com meu sonho azulado?
Meu sorriso sem graça?
Minhas tardes vazias?
Minhas canções de chorar?
Meus medos?
Minhas glórias?
O que há de errado com o escuro?

Meu mar...
Minha terra...
Meus segredos...
Minhas mentiras...
Saudades que invadem minha casa.
Primaveras de chuva.
Sociedades de amor.
Os sonhos...
As casas velhas.
Os capazes.
As imagens.

Um céu que me invade, com paciência.
Uma noite que me remete paixão
Com sua negra e azulada cor, de uma sexta-feira sem ritmo.

Poema azul

Eu sou um rio,
que segue seu caminho estranho
e que não chega a lugar nenhum.
Sou uma estrela vazia, fria.
Que não brilha seu brilho incomum.

Sinto os sonhos de meus irmãos
E minhas manhãs tem cor de areia.
Minha poesia tem a cor das árvores...
E eu tenho medo de viver.

Poema ébrio

Sangue ácido
Satânico sabor
Sal simbólico

Sou um símbolo
Sou um sádico

Um cadáver crítico
Um covarde crápula

Uma imagem rápida
Um som de sábado

Vozes e vísseras
Fezes fétidas

E fagulhas

que até hoje não sei descrever.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alguns dias

É... pessoas passam por nós.
Nos deixam palavras, músicas.
Nos deixam sentimentos , memórias.
Quem passou por mim, deixou lembranças...
difícil explicar! Mas eu guardo um pouco delas em mim.

Grande parte de meu ser é de quem um dia cruzou meu caminho.
De quem me fez conhecer melodias e sonhos.
De quem buscou em mim, algo que nem mesmo eu consegui encontrar.
E eu sinto uma certa natureza nos atos...
E sinto que um dia, alguém deixou grande parte de si comigo.
E esqueceu de pegar de volta.

sábado, 10 de outubro de 2009

...

Estou precisando de um sábado,
em que as pessoas voltem a ser elas mesmas.
Sou alguém que caminha sem rotina, sem motivo.
Sou alguém que precia de um dia de sol, praças, bancos, e pássaros vespertinos.

Sou eu que passo por você, enquanto você caminha pelas calçadas da tarde.
E eu não sei o porquê
Você não sabe a razão.
Eu não sei quem sou...
Tudo parece um sábado para mim.
Rios de sol pelo chão.
Xadrez nas praças dos anciãos...
Tudo parece familiar para mim.
Pessoas me olham
e eu acho isso tão intrigante.

São caminhadas que me deixam nostálgico.
Caminhadas que fiz.
E a nas quais você sentiu-me,
sem saber porquê.

Eu não sei quem sou.
Estou tão nostálgico.
Estou tão a mercê das coisas boas.
Dos besouros, das joaninhas e formigas
que desvio os pés, para que a canção não se acabe.
Para que a música não se torne segredo.
Para que eu possa continuar caminhando sem saber o motivo,
sem me conhecer, sem te conhecer, sem saber o porquê das nuvens,
Sem saber o porquê do amor que existe nessas calçadas inundadas de sol e folhas verdes
que ficaram marcadas em meu peito.