quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sonho azul

Azuis são os
Sonhos que passam por meus olhos...
não me dizem onde vão.
Sonhos que passam voando por mim.
Azul é
O meu sentimento.
As minhas perguntas
O que há com as estrelas?
O que há com sábados?
Com meu sonho azulado?
Meu sorriso sem graça?
Minhas tardes vazias?
Minhas canções de chorar?
Meus medos?
Minhas glórias?
O que há de errado com o escuro?

Meu mar...
Minha terra...
Meus segredos...
Minhas mentiras...
Saudades que invadem minha casa.
Primaveras de chuva.
Sociedades de amor.
Os sonhos...
As casas velhas.
Os capazes.
As imagens.

Um céu que me invade, com paciência.
Uma noite que me remete paixão
Com sua negra e azulada cor, de uma sexta-feira sem ritmo.

Poema azul

Eu sou um rio,
que segue seu caminho estranho
e que não chega a lugar nenhum.
Sou uma estrela vazia, fria.
Que não brilha seu brilho incomum.

Sinto os sonhos de meus irmãos
E minhas manhãs tem cor de areia.
Minha poesia tem a cor das árvores...
E eu tenho medo de viver.

Poema ébrio

Sangue ácido
Satânico sabor
Sal simbólico

Sou um símbolo
Sou um sádico

Um cadáver crítico
Um covarde crápula

Uma imagem rápida
Um som de sábado

Vozes e vísseras
Fezes fétidas

E fagulhas

que até hoje não sei descrever.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alguns dias

É... pessoas passam por nós.
Nos deixam palavras, músicas.
Nos deixam sentimentos , memórias.
Quem passou por mim, deixou lembranças...
difícil explicar! Mas eu guardo um pouco delas em mim.

Grande parte de meu ser é de quem um dia cruzou meu caminho.
De quem me fez conhecer melodias e sonhos.
De quem buscou em mim, algo que nem mesmo eu consegui encontrar.
E eu sinto uma certa natureza nos atos...
E sinto que um dia, alguém deixou grande parte de si comigo.
E esqueceu de pegar de volta.

sábado, 10 de outubro de 2009

...

Estou precisando de um sábado,
em que as pessoas voltem a ser elas mesmas.
Sou alguém que caminha sem rotina, sem motivo.
Sou alguém que precia de um dia de sol, praças, bancos, e pássaros vespertinos.

Sou eu que passo por você, enquanto você caminha pelas calçadas da tarde.
E eu não sei o porquê
Você não sabe a razão.
Eu não sei quem sou...
Tudo parece um sábado para mim.
Rios de sol pelo chão.
Xadrez nas praças dos anciãos...
Tudo parece familiar para mim.
Pessoas me olham
e eu acho isso tão intrigante.

São caminhadas que me deixam nostálgico.
Caminhadas que fiz.
E a nas quais você sentiu-me,
sem saber porquê.

Eu não sei quem sou.
Estou tão nostálgico.
Estou tão a mercê das coisas boas.
Dos besouros, das joaninhas e formigas
que desvio os pés, para que a canção não se acabe.
Para que a música não se torne segredo.
Para que eu possa continuar caminhando sem saber o motivo,
sem me conhecer, sem te conhecer, sem saber o porquê das nuvens,
Sem saber o porquê do amor que existe nessas calçadas inundadas de sol e folhas verdes
que ficaram marcadas em meu peito.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O vermelho

Dias trágicos...
o céu vermelho e as nuvens negras de chuva.
Se aproxima a tempestade púrpura do verão.

Os ratos se escondem da catástrofe.
As salamandras festejam o inevitável.
E as pessoas dançam ao ritmo embalado dos trovões alaranjados

As florestas riem, e iluminam os solitários.

Numa certeza obscura eu visto a poesia. E saio as ruas
a gritar os versos que fiz, em homenagem as chuvas torrenciais
que lavaram minha alma.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Soneto VIII

A poesia existe no céu, existe no inferno.
Escorre dos ventos com milhares de cores.
Faz parte da angústia das tristezas de amores .
É da primavera, verão, outono, e do inverno.

Brota de um misto de odores, tão inebriantes.
Da soma de imagens que se fundem num mundo,
De sabores exóticos, lugares distântes.
Onde o nada é o tudo num sentido profundo.

Onde há o absurdo ela presente estará.
Inevitavelmente você sentirá.
Nos bares boêmios, onde barcos vazios

Navegam nos versos de poetas vadios.
E vai me entender quando eu lhe explicar, enfim:
Poesia é um rio, que vem e deságua em mim.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Soneto VII

São imagens que vem meu amigo sozinho
Verdes, claras e se fundem com rios...
Simplismente cruzam o meu caminho.
Ventos amarelos, névoas, calafrios.

Dissonância, cigarros e um piano.
Sem ordem, razão, sem nenhum sentido.
O preto no branco tão simples e plano.
São melodias de um sonho perdido.

Os pássaros que voam pelo céu.
São metáforas de uma manhã
Em que os sonhos transbordaram do mel.

E o cinza que visto hoje tão meu...
É um presente, guardo como um troféu!
Foi minha irmã solidão quem me deu.

sábado, 3 de outubro de 2009

"Imagens e sentidos"

" Cores e fluidos
A alternância...
latas e hormônios.
Ouro, um abajur
cama e poesia.
Eu sofro como qualquer poeta romântico, mas meus versos não são bons.
Isso faz as paredes serem amargas e a luz me levar tão longe.

Versos preto e branco
lágrimas e matemática.

Sensações amareladas.
Autenticidade ilustrada.

Eu vivo um cara normal
mas sofro como poetas românticos...

Eu sonho e meus sonhos são laranja e verdes.
São sonhos de um amador."

"Uma caminnhada"

Ando pelas ruas da cidade.
Ruas onduladas de cor cinza
que envolvem segredos.

Rabanetes em minha boca
são crocantes e têm sal.
Sal das ruas cinzas e sombrias.
Ruas dos postes que não iluminam minha vida.
Postes com sua luz laranja e ondulada.
Luz que banha este cinza em pequenas porções de ilusão...

Como o sal banha os rabanetes
amargos e vermelhos que como em silêncio.

Eu, poema.

Não sou engraçado quando escrevo.
Não sou realista.
Não sou simbolista.
Nem mesmo inventei uma nova escola literária.
Muito menos sou vanguarda inspiradora.

Sou apenas um poema
que ao longo dos anos vai sendo
escrito a leves traços.